Você precisa ser advogado para trabalhar em ou até mesmo gerir uma equipe jurídica? O sueco Magnus Lindberg prova que não. Trabalhando há 12 anos com transformação digital jurídica, ele atualmente aconselha startups nessa temática, utilizando a tecnologia como ferramenta para o crescimento.
Como algumas de suas principais conquistas na carreira, podemos destacar a implementação de legaltech em três dos maiores bancos do mundo e na maior empresa farmacêutica do Reino Unido. Atenção para um detalhe: Magnus não possui formação acadêmica em Direito. Então, como isso foi possível?
Terceiro convidado da nossa série de LinkedIn Lives chamada “Novos Horizontes da Profissão Jurídica” (estilizado ali no título para #NHPJ), Magnus conversou com nossa head de Comunidade e Studio Linte Carol Hannud sobre sua trajetória profissional e como repensar os contratos usando uma lógica mais comercial.
Segundo Magnus, há uma grande divergência entre a tecnologia que os advogados usam em sua vida particular - em seus smartphones ou demais aparelhos que utilizam fora do horário de expediente - e os softwares usados profissionalmente.
“Se você tem tanto acesso à tecnologia no seu dia a dia, é muito difícil ir para o trabalho e fazer algo muito manual lá. Eu gosto de fazer anotações no papel, mas isso é para situações específicas, e não para gerir contratos, tenho certeza disso”.
Por isso, a visão de profissionais “de fora”, com uma experiência mais focada em tecnologia ou com uma visão de negócio mais apurada, pode auxiliar a acelerar o processo de transformação digital dos times jurídicos.
Magnus também chama a atenção para a necessidade de democratizar a linguagem utilizada nos contratos, facilitando o entendimento para todos. “Muitas empresas possuem a mentalidade de que os advogados estão recebendo para fazer os contratos e são experts nisso, mas todo mundo precisa saber o que está escrito nesses contratos”, conta.
Nesse contexto, o Legal Design aparece como uma ferramenta essencial para repensar o conteúdo dos documentos que estão para serem criados. “Se você pega 100 páginas de um juridiquês para automatizar, normalmente o resultado não é efetivo”, comenta Carol Hannud, durante a conversa.
O software perfeito de gestão de contratos existe? Para Magnus, a resposta é simples: não. Porém, é claro que existem diversas opções no mercado que muitas vezes propõem a mesma solução para os mesmos problemas que as empresas podem ter. É tudo uma questão de encontrar a ferramenta que melhor se adapta à sua realidade.
“A meu ver, os projetos mais bem sucedidos levam a implementação do software muito a sério desde o processo comercial. Eles fazem uma demonstração do produto de uma maneira que se encaixa com o cliente e o guiam pelo processo focando nas necessidades do potencial cliente.”
Quando perguntado sobre suas expectativas para o Direito nos próximos anos, o sueco aposta que os profissionais que mais se destacarão serão aqueles que conseguem entender as ferramentas tecnológicas, quais são mais úteis para a empresa ou escritórios onde trabalham e quais são dispensáveis.
Em outras palavras, é necessário realmente entender o modelo de negócios, seja do cliente, seja da própria empresa, para antecipar possíveis problemas que podem aparecer ou solucioná-los com mais rapidez e eficiência.
“Os melhores advogados são aqueles que podem trazer perspectivas diferentes sobre o modelo de negócio ou talvez focando em outras coisas que ninguém está enxergando. Claro, eles devem olhar para os riscos, mas também podem ver os potenciais e trazer sugestões do que pode ser feito.”
E aí, gostou de conhecer mais sobre a trajetória de Magnus Lindberg e seus insights sobre como uma ótica de eficiência comercial pode ajudar equipes jurídicas? Você pode assistir à live completa clicando aqui!
Aproveite também para ler o blogpost adaptado da LinkedIn Live que fizemos com Guilherme Nicolau, em que ele nos contou detalhes sobre a profissão de headhunter jurídico. Clique aqui e confira!